domingo, 5 de fevereiro de 2012

De volta para o passado, construindo um outro futuro ♥


Ultimamente minha vida vem passando por muitas mudanças, e eu também sinto essa mudança muito forte em mim. Antes de ser aluna de audiovisual, fui estudante de geografia, não uma estudante comum, mas alguém que realmente vivenciava a geografia em todos os aspectos da minha vida. Eu estudava geografia, praticamente só lia sobre geografia, meus amigos, conhecidos, namorado, todos eram da geografia. 

Depois que me formei, em 2007,  passei um tempo distante dessa realidade, comecei a trabalhar com educação, realizar trabalhos mais voltados para arte, procurei outras vertentes, fui conhecer o mundo, outras visões, tentar olhar ao redor. A experiência foi interessante, me ensinou que as vezes é preciso deslocar-se alguns segundos da minha zona de conforto, do meu ponto de vista para, enfim, começar a compreender situações um tanto complexas.

Em 2008 e 2009 tentei voltar para a geografia, busquei a pós-graduação, sem sucesso. Em 2008 por motivos pessoais, e em 2009 por questões políticas (nunca tive talento para puxar saco de professor para conseguir meu espaço, prefiro lutar por isso dignamente). Infelizmente, em 2009 estava exausta, me sentindo injustiçada, triste, sem perspectivas, sozinha, infeliz. Parece que o mundo desabou na minha cabeça, e além de chorar todos os dias e todas as horas, eu só conseguia pensar em acabar com a minha vida, com a minha dor. Estava lá, sem conseguir falar com ninguém, com depressão, síndrome do pânico e tomando um tarja preta a cada 4 horas (claro que minha gastrite gritou e a taquicardia não demorou a me atormentar). As idas à emergências de madrugada começaram a ser mais frequentes, e eu já estava sobrevivendo apenas.

Com a ajuda da minha familia, amigos, e outras pessoas que sofriam com o mesmo problema, comecei a entender o que se passava comigo, com o tempo voltei à vida, comecei a pintar, desacelerar, buscar a arte e estudar. Em 2010 passei para um curso de realização em audiovisual, o que, por muito tempo me fez feliz, me deu forças para voltar a lutar por meus sonhos, por minha vida.

Esse ano fiquei sabendo que a universidade onde me formei, havia lançado um edital para seleção de mestrado. Não vou mentir e dizer que não senti medo de falhar, frio na barriga, vontade de desistir. Senti isso e mais um pouco, mas a vontade de quebrar essa barreira foi tão maior que preparei o meu projeto (já estava pesquisando sobre geografia, cinema e cidade há algum tempo, então foi tranquilo) e fiz minha inscrição. Parei o processo de produção do meu documentário ( I love you Ferrão), parei todas as outras atividades, adequei minha rotina e estudei todos os dias, até os olhos doerem. 

Resultado? Passei!! O que senti quando vi o resultado final foi uma enorme pancada. Senti que havia encontrado o final daquele poço escuro onde eu estava caindo há anos, desde minha depressão, que eu estava retornando e que uma barreira havia sido vencida.

Hoje, depois de tudo o que vivi, o que disse e o que não disse aqui, me sinto forte, mais madura, mais segura. O que pode ter sido só mais uma aprovação para muitos ali, pra mim foi, para além de qualquer coisa, mais uma chance de recomeçar, de construir um novo futuro, um grito alto que há muitos anos estava preso na garganta, que por muito tempo me fez chorar baixinho na hora de dormir.

          O piano saiu das minhas costas!!! 
 
E assim estou nesse momento, feliz comigo, com meu amor, com minha família, voltando à geografia e prosseguindo com ela, dando um passo de cada vez.

***

domingo, 29 de janeiro de 2012

Inspiração



Entre permanecer na minha zona de conforto, manter o controle da situação em relação á outros ou simplesmente deixar fluir, "entregar na mão do universo", abro meu email e encontro a seguinte frase:

Conselho do dia: Seja mais independente neste momento.

Se a minha felicidade não está mais fora, e sim dento de mim, assim consigo, de fato, ser independente, ter paz.
=)

sábado, 14 de janeiro de 2012

Apaga a luz!



Vai ser um bom dia? Talvez...

O sono não foi tranquilo, e meu coração também esteve longe disso. Sabe aquele dia em que tudo está encaminhado para dar certo mas por ironia do destino, um tsunami acontece? Ultimamente venho provocando algumas dessas ondas gigantes na minha vida. Por vezes elas são devastadoras, em outros momentos essenciais, porque chegam com uma força enorme e carregam tudo que é superficial, tudo o que está por cima. Quando ela se vai, aquilo que estava encoberto se torna exposto. É hora de resolver... ou não...

Estou viva, e a esperança de que tudo fique bem também está.

Mais tarde tem blues, tudo vai melhorar.

To be continued...




quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Pôr-do-sol



Ela. Tão menina, insegura e indecisa. Um coração cheio de compartimentos, seu interior mais parecia um emaranhado de conflitos. De tanto fazer poesia da vida, costumava misturar palavras e vontades, guardar tudo o que acreditava ser sentimentalidade. Suprimia dores, desejos e a lembrança de um ser proibido a dilacera em doses pequenas de agonia.
Para ela, o dia acordou cinza, mas logo o sol trouxe tímidos raios de luminosidade dando á cidade um aspecto de “pós-chuva”, tornando o ambiente mais ameno para a circulação dos passantes.
Naquele dia ela foi ao portão e percebeu tudo diferente. Não tinha tanto vento, apenas uma leve brisa que quase como em uma valsinha movia os galhos das árvores em um movimento que emana do íntimo da natureza. Essa valsinha de galhos e brisa a fez pensar em um sentimento de aflição que nunca havia sentido com tanta magnitude, o tormento de algo não realizado. Foi motivação para demolir seus muros.
Logo pela manhã, como se fosse profetisa, presumiu que a tarde seria excepcional, escolheu o vestido mais colorido e rodado, colocou uma flor no cabelo e dançou na frente do espelho. Sem maquiagem no rosto e na alma esperou a tarde chegar para sentir a brisa em seu corpo, sentir o toque e o perfume do ser que traz em seus olhos o portal que a leva a uma esfera de prazer e beleza extraordinária.
Quase sem ação, paralisada, ela perde as palavras ao encontrá-lo e se perde entre as ações do ser de olhos doces, se perde nas cores da tarde, prende-se aos braços capazes de abraçar mesmo na ausência.
Ela foi arrebatada, não pertence mais ao mundo real, foi enlaçada ao mundo dele para sempre.
A respiração parece correr, voar, não esperar decisões racionais. Faz-se som com o aproximar da pele, vozes e sussurros, gritos e movimento, há cheiro e tato, há certa pressa em fazer. Arrependimento? Dessa vez não.
Ela disse adeus, chorou, mas não o bastante para ele perceber seu desespero. Foi o bastante para ter certeza que aquela despedida mexeu com seu íntimo. Caminhou para casa com ares de quem demoliu muros e construiu pontes capazes de levá-la á um mundo novo, um encontro com o desconhecido.
Foi uma experiência única e ela jamais presenciará um entardecer tão belo quanto o daquele dia, nunca mais verá aquele ser da mesma forma, nunca mais o encontrará, ela se foi e ele também.
O pôr-do-sol nunca foi tão lindo, tão único e tão secundário simultaneamente. A presença do ser, ali, tão dela e tão fascinante, fez do sol um coadjuvante perante o entrelaçar de duas pessoas e seus anseios.
Talvez para ela fosse mais fácil se não houvesse mais pôr-do-sol, se não sentisse mais seu cheiro, se não lembrasse mais de seu toque, se não recordasse da leveza de suas palavras, se não houvesse mais o entardecer, se voltasse a construir muros. Nem assim ela o esqueceria, o ser tão doce surgiria sorrateiramente como no ritmo de uma valsinha, como a brisa que move sutilmente os galhos das árvores.


Denise 

25/05/10

Estou voltando...


Voltando á escrever, á externalizar sentimentos, criar e mais uma vez tentar me encontrar em algum lugar  =)
Powered By Blogger

" As coisas devem ser bem grandes pra formiga pequenina. A rosa, um lindo palácio, e o espinho, uma espada fina. A gota d'água, um manso lago, o pingo de chuva, um mar onde um pauzinho boiando é navio a navegar..." ( Vinícius de Morais)